I
Tenho falado muito para crianças em escolas e feiras literárias sobre livros e leitura nos últimos anos; apesar da correria, é a maior benção de Deus na minha vida. Faço isso como recomendava Santa Teresinha: sempre atento aos pequenos sinais e com a seriedade que o momento exige. Uma coisa que tenho aprendido é que as crianças querem que vejamos suas ideias e sentimentos com atenção e respeito – adentremos no seu mundo. Se fizermos isso, elas certamente vão gostar da gente. Dia desses, ao final de um bate-papo sobre meus livros numa escola pública, enquanto a maioria dos alunos queria tirar fotos, selfies e pegar dedicatórias, um garotinho chamado Lucas, de no máximo nove anos, não desvencilhava meu pé. Pedi um minutinho para atender seus colegas e expliquei que logo falaria com ele, que compreensivo entendeu e esperou. Finalmente quando consegui lhe dar a devida atenção, ele me deu um abração apertado e disse:
– Só queria te dar um abraço, pois sempre quis conhecer um escritor, e hoje conheci.