quinta-feira, 4 de julho de 2024
Pequenas memórias afetivas de um leitor de Tex Willer
sábado, 29 de junho de 2024
Queria que soubesse que pensei em você
Acervo Quixeramobim Histórico |
Toda vez que tenho em mãos uma fotografia de tempos distantes e a contemplo, vem-me um aperto no peito, algo semelhante a uma aflição. Ainda não sei definir muito bem que sensação é essa, se boa ou ruim. O que é a mistura entre o prazer e a angústia? Talvez seja isso, e então não precise definir.
sexta-feira, 31 de maio de 2024
A mística da Matriz de Quixeramobim
Arquivo Quixeramobim Histórico |
O que me chama mais a atenção na Igreja Matriz de Quixeramobim é a sua cor. O conterrâneo doutor Antônio Monteiro de Moraes Nascimento disse certa vez, em artigo publicado no século passado no jornal O Povo, que ela tem uma “brancura mística”. Não discordo, do contrário, como explicar o arrepio que sinto toda vez que retorno à minha cidade e a contemplo? Sob o sol forte do sertão cearense, a igreja reflete um brilho majestoso indecifrável para mim.
quarta-feira, 20 de dezembro de 2023
Vladmir Herzog e Canudos
O
bárbaro assassinato do jornalista Vladmir Herzog, no dia 25 de outubro de 1975,
nas dependências do DOI-Codi (São Paulo), segundo quase consenso dos
historiadores é um marco significativo da derrocada da Ditadura Militar
Brasileira, instaurada em 1964. A famosa fotografia estampada nos livros de
história, da falsa cena montada para simular o suicídio de Vlado, após ser
divulgada pelos militares, causou indignação e revolta na sociedade civil,
inspirando acontecimentos como o culto ecumênico celebrado em memória do
jornalista, na Igreja da Sé. Vlado havia sido detido para prestar depoimento
acusado de ser militante comunista e, teria cometido suicídio na própria cela,
segundo o Exército.
Sempre
fui um curioso pela trajetória de Vladimir Herzorg, por isso li recentemente
dois trabalhos sobre o tema: Meu querido Vlado:
A história de Vladimir Herzog e do sonho de uma geração do jornalista Paulo Markun e As duas guerras de Vlado
Herzog, do também jornalista Audálio Dantas. E fiquei surpreso ao descobrir
que ele foi a Canudos e que almejava gravar um filme-documentário sobre o tema.
Segundo Paulo Markun no referido livro: “Vlado estava no sertão da Bahia em
busca de cenários e sobreviventes da Guerra de Canudos, enquanto Marco Antônio Coelho
enfrentava os interrogatórios. No açude Cocorobó, conversou com alguns
remanescentes da epopeia, entre eles, a beata Lucinda, que aos 102 anos ainda
tinha boa memória, como pré-produção de um Globo Repórter”.
quinta-feira, 16 de novembro de 2023
Devaneios de uma distopia artística
Num futuro não tão distante, chegará o tempo da absoluta criação artística pelas máquinas, e assim será decretada a abolição completa da produção criativa humana. Consolidar-se-á o império artístico dos instrumentos autônomos.
sábado, 14 de outubro de 2023
Homenagem a Getúlio Câmara
Aos setenta e sete anos bem vividos, Getúlio Câmara, a voz eloquente do rádio do Sertão Central, está morto! Silêncio, Quixeramobim! Chora minha gente da cidade e dos distritos mais remotos, até onde chegavam as ondas da Rádio Difusora Cristal. Ao som da Meditation de Massenet, a voz grave de Getúlio silencia para sempre. As pessoas humildes que o procuravam para transmitir recados para parentes e amigos estão hoje, de certo modo, órfãs.
Nos últimos anos frequentei muitas vezes a Rádio Cristal. Ia direto para o estúdio de onde Getúlio acompanhava a programação e gravava os anúncios. Conversávamos a manhã inteira trocando ideias sobre a conjuntura nacional, mas o tema principal era a recordação de nosso tempo de criança. Ele era um ano mais novo que eu. Vivemos na mesma época. Sem dúvida, Getúlio conhecia a história de Quixeramobim como poucos. Melhor que eu que passei parte da minha infância e adolescência fora da minha terra.
quinta-feira, 28 de setembro de 2023
Prefácio(?)
A poeta é uma
menina-adulta, carregando no peito uma ruma de lembranças que certamente a
acompanharão para sempre. Pergunto-me quanto tempo meditou para escrever cada
haikai.
Sandra Fontenelle é uma
vate inspirada e reinventa o sertão nos seus versos. Duas frases imediatamente
me vêm à cabeça ao finalizar a leitura do livro: “O sertão está em toda parte”,
como diria Guimarães Rosa, e “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, na força
do verbo de Euclides da Cunha. É o
sertão e o sertanejo que emergem do livro. Porém não há fronteiras para a
poesia. Ela toca o homem de diversas formas.