Na estante da professora e historiadora Cláudia Oliveira, presidente da Aquiletras, está o clássico "Quarto de Despejo, diário de uma favelada", de Carolina Maria de Jesus. Na obra, escrita entre os anos de 1955 até 1960, a catadora de papel e moradora da favela do Canindé, no Rio de Janeiro, relata nas páginas de seu diário o dia a dia da sua vida na favela.
Confira mais na resenha de Cláudia Oliveira:
"Ao escrever o diário 'Quarto de Despejo, diário de uma favelada' - gênero de texto, em princípio pessoal e intransferível - Carolina Maria de Jesus ultrapassou os limites individuais e deu voz à coletividade miserável e anônima que habita os barracos e os vãos das pontes nas grandes cidades. A partir da narração de seu cotidiano, acabou por traçar um painel variado da vida dos favelados e de sua luta pela sobrevivência. Mais do que isso, com sua linguagem simples e objetiva, a que os erros gramaticais apenas conferem maior realismo, atingiu momentos de grande lirismo e força expressiva, inscrevendo-se, sem sombra de dúvida, na literatura brasileira."
Verdade pura e insofismável. Já vivi em São Paulo e fui testemunha do quadro triste dos favelados. Nas ruas, nos viadutos e por toda a grande cidade do SAMPA. O Quarto de Despejo de Carolina de Jesus retrata cabalmente essa situação tão vexaminosa do país. Com pouco estudo e enfrentando um dia a dia pesado na busca de algo para ela e filhos. Encontrava tempo para fazer o seu diário e nele contava sua triste vida. Uma mensageira da paz que traduziu a vida de todos que andavam jogados pela cidade. Sempre escrevia no seu caderno no qual contava diariamente o seu sofrimentos e dos outros também. Ela queria deixar uma literatura representando suas ideias tão simples e muito nobres. Morreu e passou a ser uma literata brasileira de grande alcance. Ficará eternamente lembrada e imortalizada até. Salve Carolina de Jesus!
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