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| Foto: David Einstein |
Foi bem aqui no meu sertão
que vim ao mundo e me criei
Centro do Ceará, meu torrão
a terrinha que sempre morei
onde plantei o meu coração
lugar que jamais esquecerei.
És o meu berço de esperança
solo em que eu tanto brinquei.
a minha companhia de criança
meu palco onde cantei e chorei
e até onde a memória alcança
Confesso que sempre te amei.
Em cada ciclo da minha vida
carrego no peito história tua
Que doce lembrança querida
eu guardei daquela nossa rua
beijos ternos e jura prometida
entre pôr do sol e brilho da lua.
Quão feliz abracei tuas águas
rios serenos que riam pra mim
e neles afoguei minhas mágoas
contei segredos do início ao fim
lágrimas no meu leito deságuas
Ai de mim, meu Quixeramobim!
Mil vezes mergulhei no teu riso
e esqueci meus prantos e dores
O teu chão me levou ao paraíso
entre os espinhos, colhi as flores
Fiz prosas e versos no improviso
e aqui eu vivi todos meus amores.
Terrinha de Marias, Josés, Antônios
Na bênção e proteção do padroeiro
Na fé da gente que faz dos sonhos
Uma forma de lutar sendo guerreiro
Pelos caminhos alegres e tristonhos
Salve Santo Antônio e o Conselheiro!
Minha cidade, donzela encantada
cheia de graça e mistério profundo
confidências no frio da madrugada
Abrigo e alimento do solo fecundo
de minha vida a alegria da chegada
para mim, o melhor lugar do mundo.
Goreth Pimentel
Cadeira ° 7 - Aquiletras
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