quinta-feira, 6 de julho de 2023

Uma leitura de Filhos da Pandemia


O poeta Francisco Carvalho escreveu que a poesia acontece quando uma ansiedade encontra uma técnica. Assim sendo, estes Filhos da Pandemia, novo livro de poemas de Inocêncio de Melo Filho, vem ratificar, a nosso ver, essa afirmativa do grande mestre da poesia cearense, além de consagrar o espírito inquieto e sempre em busca da perfeição estética- verbal do seu versejador. 

Como sabemos, a experiência humana é sempre rica, cada ser tem sua história, seu estar no mundo. O modo de contá-la passa a ter um caráter especial, quando se resolve transformar vivências e sentimentos em versos como nosso vate tão bem o faz. É gratificante, pois, a leitura destes poemas de Inocêncio de Melo Filho. Dá gosto, porque o poeta canta sua alma, sua angústia, sua dor, sua solidão, seus desejos. Seus versos dizem do mundo com simplicidade digna de nossa admiração. É uma poesia que vem das entranhas, verdadeira.

O livro tem uma lírica alada, e adentra, por vezes, num inconformismo alvissareiro, onde a questão sócio-político-cultural nos põe a refletir, sobre o homem e sua conduta predadora. Neste aspecto o poeta tem um ponto de contato com o grande filósofo e ensaísta francês contemporâneo, Gabriel Marcel, que no livro Os homens contra o Homem, magistral e impavidamente ergue seu grito contra a desumanização do homem pelo próprio homem.

A poesia nos salvará!!!

Bruno Paulino, poeta e aprendiz de passarinho.

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